O que motiva a diarreia, causas, sintomas e tratamento da diarreia, identificando formas de a diagnosticar e classificar.


Diagnóstico clínico da doença diarréica aguda

Os primeiros passos para o diagnóstico é a realização de uma boa anamnese. Para isso, algumas informações são fundamentais: idade do paciente, duração do episódio atual de diarréia, características das fezes (aquosas ou sanguinolentas), freqüência e volume das dejeções, associação da diarréia a vômitos, dor abdominal, febre (sua duração), tenesmo (tentativa dolorosa de evacuar), câimbras. É importante também excluir as causas não infecciosas de diarréia aguda: uso recente de medicações (laxativos, antiácidos, antibióticos), ingestão de bebidas alcoólicas, excesso de bebidas lácteas.
A história epidemiológica e social, nesses casos, também ajuda na condução do diagnóstico, onde o paciente reside, condições sanitárias do local, história de viagem recente a lugares endêmicos ou não endêmicos. Além disso, é importante saber se o paciente é portador de uma doença que pode estar relacionada com o quadro ou pode interferir no manejo da diarréia (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças cardíacas, doenças hepáticas, doenças pulmonares crônicas, insuficiência renal, alergia alimentar, HIV positivo). O próximo passo é a realização de um cuidadoso exame físico (avaliar desidratação, examinar abdômen).

Doença Diarréica Aguda

A Doença Diarréica Aguda é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser acompanhada de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração entre 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando
associadas à desnutrição.
O modo de transmissão ocorre por via fecal-oral. Pode ser por transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas, e transmissão indireta – ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares. Os manipuladores de alimentos e vetores, como as moscas, formigas e baratas, podem contaminar, principalmente, os alimentos e utensílios. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de transmissão.
A doença diarréica aguda pode ser de origem infecciosa e não infecciosa. Para a saúde pública, a de maior importância é a infecciosa, devido a sua maior freqüência. As principais causas são:
  • Infecciosa: bactérias e suas toxinas, vírus, parasitos, toxinas naturais.
  • Não infecciosa: intolerância a lactose e glúten; ingestão de grandes quantidades de hexitóis (adoçantes); ingestão demasiada de alguns alimentos sais mal absorvido (ex.: laxantes e antiácidos), ácidos biliares (após ressecção ileal), gorduras não absorvidas, algumas drogas (ex.: catárticos antraquinônicos, óleo de rícino, prostaglandinas), hormônios peptídicos produzidos por tumores pancreáticos.
O período de incubação é específico para cada agente etiológico. A transmissibilidade é específica para cada agente etiológico. De modo geral, o quadro clínico é agudo, autolimitado e não confere imunidade duradoura.

Saiba quais as causas da diarreia, quais os sintomas da diarreia, como é feito o diagnóstico, e quais os tipos de diarreias que existem.